Como tudo começou - Parte 2

A espera foi ficando agoniante. Não recebíamos mais notícias, e com isso a inspiração me levou a compor a primeira paródia que postei no grupo dos reoptantes: Esperança sem fronteiras. O nome "Jessie C" surgiu através de um amigo muito querido durante umas viagens no face pelas madrugadas...

E não é que fez sucesso?? hehe

Tudo lindo e maravilhoso! Reino Unido (especialmente Londres) sempre foi um sonho, chá das 17h, Harry Potter, cabines de telefones, rainha, palácios, pontualidade, música, pubs, cerveja.... A pesquisa de como se vive por lá foi começando e a empolgação aumentando.

No dia 05 de Abril recebemos um novo email. Ele informava que a nossa opção por transferência de país de destino tinha sido recebida e aceita pela CAPES. Aí todo mundo pirou, tipo: WTF? Isso quer dizer que fomos aceitos? Quer dizer que já podemos comemorar???

Em meio ao desespero a nossa musa Denise retornou informando a um dos integrantes do grupo (que a essa altura já tinha se tornado quase o confidente da Denise, nosso amado informante Ian) que quem havia recebido o e-mail de transferência já podia comemorar, pois pelo menos o curso de idioma já estava garantido no país escolhido. Denise, sua limda!

Sou otimista meu povo. Já saí espalhando pra Deus e o mundo. Postei no face, contei pra família, tudo mais.. kk

E tudo me inspirou a fazer a paródia número 2: Beijo Brasil, tô indo embora

Foi sucesso nos grupos do face também... *-*

No dia 20 de Abril fui até Florianópolis realizar a prova do TOEFL ITP, que foi disponibilizado pela CAPES com o intuito de identificar o nosso nível de inglês.
No dia 24 de Abril recebemos o e-mail mais lindo até o momento:

"Prezado Candidato, O Programa Ciência sem Fronteiras tem a satisfação de informar que sua candidatura para bolsa de Graduação Sanduíche relativa à Chamada nº 127, reopção Reino Unido, foi aceita e seu nome encaminhado ao parceiro institucional no exterior para as providências relativas ao processo de alocação numa instituição de ensino superior de acordo com sua área de atuação."

No mesmo dia nossos nomes saíram na lista oficial de resultados parciais no site do CsF.

Depois disso a palavra que define foi: esperar.

Esperar por notícias da CAPES, pelo contato do parceiro no Reino Unido (UUK), pelo resultado do TOEFL, por um sinal de fumaça.... Por nada! O pessoal que reoptou para Austrália já havia recebido e-mail para enviar documentos, mais tarde os outros países foram se manifestando, e nós ficamos num vácuo imenso de dor.
Parece drama, mas realmente só quem passou pelo sufoco de 1 mês sem qualquer notícia, sabe o que foi.

Nos sentimos "abandonados"

Eis que no dia 24 de Maio quase 1h da manhã, a bomba chega:

"Em que pese os esforços da CAPES, da embaixada brasileira no Reino Unido, da embaixada britânica no Brasil, bem como do parceiro institucional Universities UK (UUK) no sentido de viabilizar os estudos de todos os candidatos que optaram pelo Reino Unido, lamentamos informar que o Foreign Office, órgão responsável pela emissão de vistos a estrangeiros encontra-se irredutível em flexibilizar a concessão do visto Tier 4 aos alunos que tenham proficiência no idioma inglês inferior ao nível B1, mesmo cientes de que o governo brasileiro se dispõe a financiar até seis meses de curso intensivo de língua estrangeira."

A alternativa viável oferecida pela CAPES foi:

"Transferir imediatamente sua candidatura para universidades da Austrália com início do curso de idioma previsto para agosto do corrente ano, uma vez que seu curso de graduação encontra-se vinculado à área das Ciências da Saúde."






AUSTRÁLIA?????

Não vou negar. Foi um momento trágico. Talvez pela surpresa mesmo. Eu nunca na vida tinha pensado em ir pra Austrália. Não sabia nada sobre o país além de "tem cangurus".
Foi uma noite difícil. 

No dia seguinte, após longas conversas com minha família e com amigos que me apoiaram muito, percebi que não era o fim do mundo. A Austrália é um país incrível, a oportunidade continua sendo maravilhosa, vou aprender inglês, vou ter a experiência internacional... Me tornei uma re-reoptante hehe... O sonho do mochilão europeu fica pro doutorado.

Bom, após esse longo caminho, cá estou eu na expectativa para que desta vez dê tudo certo, e possamos todos ser alocados em uma Universidade Australiana.

Aquela palavrinha que amamos SQN retorna: Esperar!